domingo, 26 de setembro de 2010

Chuva


Quão bela são essas gotas, que surgem do céu. Lei da gravidade.
O que podemos traduzir com a água, ar, que se misturam?
As pessoas quando choram na chuva ficam mais bonitas.
Hoje choveu. Estava olhando pela janela, e parece que a vida
é mais ou menos como a chuva. Ela escorre por entre as ruas,
implorando para que alguém a observe. Não tem explicação.
Afinal, nem tudo tem. A vida é um mistério, uma contradição em si mesma.

É bom que seja assim. Não é? As pessoas adoram ouvir música na chuva.
Se sentirem tristes ou alegres nesses momentos. As pessoas adoram,
odeiam, amam. O último, devia permanecer sobre todos os outros.
Porque afinal, quanto tempo você acha que vai ficar aqui pra perder
o seu tempo, odiando os indivíduos? Não é capaz, que a não
racionalidade humana seja tanta a ponto de alguns, a maior parte
de seus dias/horas/minutos, perder odiando alguém. É tão bom sorrir.
Alguns fazem isso com maestria, contagiam. Outros, vivem, dos que fazem.
Vamos lá, dê a chuva o que ela angustia: um sorriso, um abraço.
E se for uma lágrima, que pelo menos esta seja por amar alguém.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

A perda



A dor é um abismo profundo.
Olhamos pra ele com um olhar tão triste,
jamais imaginando que dali sairá algum fruto.
Ou crescerá uma árvore.
A perda de entes queridos, principalmente
aqueles a qual amamos, torna-se insuportável
ao passar dos dias. Vemos a história se repetir
com outras famílias. Mas são outras famílias
não é mesmo? Não é a nossa. Quantas vezes,
as pessoas esquecem de se arrepender sinceramente
através do tempo. De perdoar. E de saber,
que aqui é só um lago, e que o mar é bem maior.
Quantas vezes as pessoas esquecem de proferir
o verbo amar, àqueles que a amam. Uma vez somente.
Foi isso o que fiz. Acordado, de um súbito relâmpago
semana passada, minha avó muito doente.
6 e meia da manhã liguei a ela, disse que a amava muito,
e ela sorridente, mesmo que doente, retribuiu o carinho
com lágrimas nos olhos, garanto. 5 dias depois
os anjos do Senhor vieram a buscar em seus braços.
O sofrimento torna-se nosso aliado.
Mas é o preço que pagamos por crescer.
Esquecemos que nossa família, nossos amigos e nossos
entes, também estão sujeitos a perdas. E em muitos
momentos, esquecemos que somos mortais. Pois somos.
O amor que vovó deixou ainda brilha dentro de mim,
e você, já plantou sua semente do amor hoje?
Eu tive tempo. E você, terá? Vovó foi um raio de esperança
nesse mundo, a paciência em pessoa. Quantos valores.
Olhei em volta e vi como o mundo é feio sem ela.
Mas eu sei, que ela gostaria que eu o pintasse,
com todas as cores, que ela me ensinou.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Bom dia, sou seu amigo.

A amizade é tão deliciosa de se sentir.
Os amigos nos trazem coragem, fazem as coisas acontecerem.
Na verdade, fazemos amigos a todos os momentos.
Poucos permanecem, alguns se vão.
Quem sabe, com a intensidade de um pedaço
do nosso coração.
As vezes lembramos, as vezes esperamos.
O amor é a razão de vivermos, de estarmos aqui,
e disso não tenho dúvida alguma. Mas se perdemos todo o amor
do mundo, ainda assim sobrevivemos. Mas se perdermos
todos os amigos que nos restam, estaremos perdidos.
Perdidos, porque eles nos conduzem a luz.
Fazem-nos chorar de rir, de alegria,
e desperta sorrisos em momentos de tristeza.
Nós nunca iremos nos acostumar a ficarmos sem amigos,
ninguém é uma ilha, e se for, não é Ibiza.
Outro dia um pequeno rapaz me disse: poxa, eu não tenho nenhum amigo.
Em seguida, astuto pensador, disse-lhe com um sorriso entre os lábios:
- Você se engana, se não tivesse, estaria morto.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Recicla-se


As palavras possuem forças.
Pensamentos, mais ainda.
Porque estes, estão no caminho de serem ditos.
Fico envergonhado com tanta humildade.
Hoje, mais do que nunca, as pessoas são humildes.
Alguns reciclam.
Reciclam móveis, cadernos, livros...árvores.
Reciclam até mesmo a cama que o mendigo não quer mais.
Outrora eu li um jornal que dizia:
"Compram-se reciclados"
Perguntei-me incansavelmente quais reciclados eles comprariam:
- Papel, lata, vidro...caixinhas de leite.
Me espantei, após alguns segundos,
pois vi que reciclavam coragem.
A humildade sórdida sem coragem é intolerância a própria inteligência.
Reciclavam coragem das pessoas que queriam
ter um mundo melhor. Que queria confeccionar um mundo melhor.
Daquelas pessoas que falavam em tom alto e com
uma capacidade imensa de persuasão, faziam-se ouvir.
Fiquei entusiasmado, recortei meu jornal e colei na parede.
Todo dia agora, reciclo coragem.
Os papéis, latas, vidros, estes são super importantes
para a continuação dos objetos que constituem a vida,
assim como para o ciclo dos materiais.
Muitos já o fazem e pensam na sua destinação final.
Admiro-os. Eu ainda sou um preguiçoso. Não faço. Me julgo.
Reconheço a importância, mas não o faço. Não me permitem.
Mas sempre que posso, reciclo a coragem dos que fazem,
pra quem sabe, um dia, algum deles me convença que mesmo
separando detalhadamente cada material, não vá surgir um "catador"
e misturar tudo de novo. Ele não tem culpa. Não digo que dou emprego
quando jogo latas, papéis de balas, ou restos de comida pelo chão.
Simplesmente porque não o faço.
A pobreza, esta não se recicla. Ela permanece.

sábado, 4 de setembro de 2010

Embalagem

Às vezes nós julgamos.
Será que estou sendo modesto?
Não, nós sempre julgamos.
Somos exímios julgadores, ou pelo menos nos identificamos com essa palavra: Julgar.
Verbo avassalador. Ou será que nós é que somos?
Roupas, carros, aparência, beleza.
Embalagem.
Por que os sorrisos são tão poucos explorados ou o interior,
ou a identificação conosco mesmos? Tenho ouvido tantos absurdos
e mesmo assim me calado. Vai ver as pessoas iriam me julgar.
Isso abriria caminhos para outras teses, como aquelas do "que as pessoas
pensam sobre  a gente". Não é este o intuito do momento.
A sociedade é irresistível. Alguns acreditam serem inteligentes,
acreditando nos seus julgamentos de ações alheias.
Mal sabem eles, que na própria armadilha, eles não são donos nem de si.
Que de tanto julgar a embalagem: corpo e beleza, esquecem,
da motivação mais importante, que é julgar o espírito.